A Blogueira Amadora-A Dança Certa (Capítulo 6)

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23 de Novembro
Postado por Letícia


         Minha escola tem mensalmente uma apresentação de talentos, que obviamente vira concurso entre os alunos. Típico.
         Esse mês, milagrosamente, algumas meninas me chamaram para dançar. Sim, milagroso, afinal quem iria chamar a Letícia Mariana, a esquisita que fala coisas esquisitas e não gosta do blog de patricinhas de Fabiana, Carol e Yasmin? Ninguém.
         Combinamos direitinho de se reunir na casa de uma delas, a Julia, para o primeiro ensaio. Nós iríamos dançar, então faltava o principal: Que música?
         Porém, quando minha pessoa chega lá, Daniela (a BFF de Julia) vem falando que elas vão dançar Rainha Do Tamborzão, MC Curinga. Eu fiquei totalmente abismada, afinal, iríamos escolher todas juntas uma que todas queriam e todas gostam, e elas sabem que eu não danço funk. “Só dança se for funk”, uma outra menina falou, enquanto Julia concordava “Você queria que dançássemos o que? Samba? Shakira?”. Elas ficaram sim, me zoando e rindo de mim. Por fim e para minha surpresa, a dona da casa, que é tão certinha e justa, terminou me empurrando para fora do lugar e dizendo “Só entra na minha casa quem dança música de gente!”. Antes de sair forçadamente, vi que Bianca, outra delas, estava gravando. Com certeza iria postar no Youtube ou coisa parecida.
         Corri para casa tentando não chorar com a armação que elas fizeram, logo a Ju tão certinha.
         Pessoalmente, eu não tenho nada contra funk, nada mesmo. Bem, os funks ostentação são outra coisa, afinal, só falam porcarias sem noção, piores do que os blogs de patricinhas, se é que isso tem como. Mas enfim, nada contra, só não curto isso de dançar.
         Mas, afinal, é outra norma intrigante do padrão bem aceito, não pela sociedade, mas pelos adolescentes. Dançar funk, legal, grande coisa. As pessoas tem que ser livres para dançar o que quiser, não sofrer humilhação por não dançarem essas coisas.

         Então, tô indo lá ver se alguém quer dançar Waka Waka comigo. Valeu, fui.


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